trans9x9_2.gif (1588 bytes)

O Arquiteto e sua trajetória - O Edifício das Repartições Públicas

          A pedido do Governador Jones dos Santos Neves, elabora também o projeto do Edifício das Repartições Públicas em Vitória (1951), o qual se tornaria uma espécie de marco fundante da arquitetura modernista na capital espírito-santense. Além de dar ênfase ao processo de verticalização de Vitória, uma vez que passa a ser o mais alto arranha-céu da cidade, era também o mais audacioso, quer pela originalidade plástica, quer pela junção de materiais, com predomínio do concreto, vidro e mármore. Apoiado em elegantes colunas de mármore branco, tal solução arquitetônica transformava todo o andar térreo do edifício num enorme vão livre e permitia a circulação da Av. Jerônimo Monteiro, para a rua Governador Bley (em frente ao porto), lembrando as "passagens" ou as "galerias" parisienses, celebradas por poetas e filósofos como Walter Benjamin. Os transeuntes do edifício poderiam ainda fruir, na parede esquerda de quem entra pela Av. Jerônimo Monteiro, a significativa pintura mural de Roberto Burle Marx (1954-5).  Todavia, por ter a construção do edifício das Repartições Públicas se arrastado por vários anos, teve a sua concepção original deturpada, pelos governos seguintes, antes mesmo de ter sido concluído. A alegação de que o vão livre não oferecia condições de segurança ao edifício e ao painel, além de razões de funcionalidade, ocasionaram não só o fechamento da galeria, por paredes de vidro, como a construção de espaços improvisados, que além de alterarem a estrutura original do prédio, quase provocam a destruição do afresco pintado por Burle Marx.

anterior

próxima

início