Linhas gerais do povoamento
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          Até meados do século XIX, o povoamento do solo espírito-santense se restringia a povoações e vilas litorâneas, ou em margens de rios, nas proximidades do oceano: Barra do São Mateus (hoje Conceição da Barra), São Mateus, Linhares, Santa Cruz, vila de Nova Almeida, vila da Vitória, Vila Velha, vila de Guarapari, vila de Benevente (hoje Anchieta), Piúma e Itapemirim.
          Até sua expulsão, os jesuítas eram os maiores proprietários rurais, com as grandes fazendas agropastoris de Moribeca ou Nossa Senhora das Neves, Araçatiba e São João de Carapina.
          Com a expansão da cultura cafeeira ao sul do Estado, a penetração se fez por colonos mineiros, tendência que historiadores chamam de "refluxo das bandeiras". Alguns vieram do Estado do Rio de Janeiro e mesmo de São Paulo. Desciam do oeste com suas tropas de burros e se fixavam em terras devolutas. O sul do Estado se tornou uma extensa plantação de café.
          Nas montanhas centrais o Governo Imperial instalou colônias oficiais, trazendo para elas imigrantes do norte da Europa: vênetos, trentinos, prussianos, pomeranos, holandeses, suíços, luxemburgueses, tiroleses, piemonteses. As colônias eram constituídas de lotes de 120.000 braças quadradas (cerca de 30 ha) a serem pagos num prazo de cinco anos. O crescimento vegetativo de suas populações levou ao povoamento de outras regiões como Itaguaçu, Itarana e Afonso Cláudio, espraiando-se para o norte do Estado, rio Doce acima: Marilândia, São Domingos, Rio Bananal, Jaguaré, isto já na segunda década do século XX.
          Se a penetração do sul se fez através dos rios Itabapoana e Itapemirim, a do norte foi feita através dos rios Piraquê-açu, Doce e São Mateus com ítalo-capixabas e teuto-capixabas vindos do sul do Estado, mineiros que penetravam pela serra dos Aimorés e, no extremo norte, baianos que colonizaram os atuais municípios de Mucurici, Montanha, Pinheiro e Pedro Canário.   De um modo sintético, foi assim que se fez o povoamento do Estado do Espírito Santo.

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