Albert Richard Dietze

          Homem culto e ávido por aprender e se integrar inteiramente à nova terra, que escolheu para viver e criar os filhos, aprendeu a falar e a escrever a língua portuguesa e queria que os conterrâneos também a aprendessem. Para isso, escreveu uma Gramática Alemão-Português, para iniciantes, que foi adotada nas escolas da região.
          Como fotógrafo foi um pesquisador de equipamentos e processos químicos, colocando-se mesmo como pioneiro no emprego de alguns deles. Apesar das dificuldades, procurou manter-se sempre atualizado e em sintonia com todas as novidades européias. Participou de exposições internacionais em Berlim e Paris, onde seus trabalhos foram bem recebidos e destacados com menção honrosa. Suas composições e contrastes tonais revelam uma sensibilidade à flor da pele e um perfeito domínio do "métier".
          Em Santa Leopoldina foi ainda agente consular e comerciante de produtos nacionais e importados. Amante das artes, dedicou-se também à música. Chegou mesmo a formar uma orquestra, com os próprios filhos, que se apresentava em toda a região. Os instrumentos: violinos, piano, violoncelo, clarinetas, trombones, concertinas e um "copofone" assim denominado por constituir-se de copos de cristal, contendo cada um uma mistura diferente de água e óleo, em quantidades variadas o qual, produzia sons em várias intensidades e alturas. Esses e outros instrumentos eram importados por Dietze, da Alemanha, ou construídos por ele.

FONTES: Depoimento de Henrique Bucher, a Almerinda da Silva Lopes, em junho de 1998.
Texto enviado à autora por Dolores Bucher, neta de Dietze.
Vida Capixaba n.º 67, 30 de abril 1926.
O Espírito-Santense, Vitória, 7 de março 1873, p.4 e 15, agosto 1874, p.4.

anterior

próxima

início