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Sezefredo Garcia de Rezende

No governo seguinte, de
Aristeu de Aguiar (1928), deixa as aulas no ginásio para assessorar o Secretário de
Educação nomeado Attílio Vivacqua, ocupando o cargo de inspetor escolar, colaborando
inclusive na reforma educacional, empreendida com a criação do curso Superior de Cultura
Pedagógica. Dentre as iniciativas da Escola Ativa Capixaba podem ser citadas a criação
do cinema escolar e as bibliotecas circulantes.
A Escola Ativa capixaba foi
proclamada como representativa da nova pedagogia, preconizada e pregada pela Revolução
Modernista. No Espírito Santo, cogitou-se logo de destruir a obra de Attílio Vivacqua,
substituindo a Escola Ativa por uma volta ao passado, ao ensino tradicional. Todos os
investimentos de valor intelectual, foram considerados de conteúdo ideológico pelos
revolucionários. Aristeu de Aguiar é deposto e o cargo de Inspetor Escolar colocando em
disponibilidade. Garcia de Rezende é perseguido e se transfere então para o Rio de
Janeiro, junto com Attílio Vivacqua, onde recomeçam a vida: o primeiro como jornalista e
o 2º como advogado. No Rio de Janeiro, Garcia de Rezende atua no recém-fundado
"Diário de Notícias" e depois nos "Diários Associados", a convite
de Assis Chateaubriand, como redator de "O Jornal", "Diário da
Noite", "Meridional". Mantinha também uma coluna assinada no Diário de
São Paulo, o que obrigava a empreender viagem à capital paulista. Numa dessas viagens de
trem conheceu Oswald de Andrade e Pagu, de quem era amigo, desde 1929. Passa a
trabalhar depois de deixar o "Diário de Notícias"; no vespertino "A
Tarde", onde manteve a Seção "Boa Tarde". Fechando o jornal, ingressa no
"Imparcial", dirigido por J.S. Maciel Filho. Casou-se com uma prima, Irene
Rezende, funcionária do Conselho Superior do Comércio Exterior e no Instituto Pinho, em
1941. Nos anos 40 atuou também nos jornais "A Notícia" e
"O Dia" e colabora com editoriais em vários outros periódicos.
Fonte: Rezende, Sezefredo Garcia de. Memórias: 1897
1978. Vitória, UFES, FCAA, 1981. |
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