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Os
Vieira da Cunha
Prosperando na região, o nome dos Vieira da Cunha acabaria ligado não só a grandes e
velhas fazendas com amplas sedes, senzalas, paióis, armazéns, engenhos e maquinarias
para o beneficiamento do café e à colonização do Município de Castelo, nas
propriedades denominadas "Prata"; "Fim do mundo";
"Pensamento"; "Desengano"; "Três Montes";
"Prosperidade" (entre outras), mas também à cultura e à arte local.
Foi na Fazenda
"Prosperidade", no distrito de Vargem Alta, Município de Castelo, atravessada
pelo rio Fruteiras, que forma a Cachoeira Alta e é afluente do Rio Castelo (e desemboca
no Rio Itapemirim), que os Vieira da Cunha, por iniciativa do médico Antônio Belisário
Vieira da Cunha, assumiram a difícil tarefa de manter vivo o interesse pelas letras e
artes. Lançam o jornal manuscrito e ilustrado com caricaturas e desenhos de humor,
denominado "O Martello", que começou a circular em 1904 e publicam a revista
"Álbum", em 1910. Através destas publicações conseguem reunir um grupo de
escritores, artistas e intelectuais. Em 1912, o jornalista. escritor e caricaturista
Antônio Belisário Vieira da Cunha, transfere-se para o Rio de Janeiro, ligando-se a
Carlos Drummond de Andrade, com o qual trabalhou na Biblioteca Nacional, na seção da
Enciclopédia Brasileira, do Instituto Nacional do Livro. Assinava seus
"portait-charges", com os nomes de Belisário, V. da Cunha, A. Vieira ou V., os
quais foram apresentados em vários órgãos da imprensa: A Tribuna, A Manhã, O Dia,
Gazeta de Notícias, Diário de Notícias, A Nação, A Rajada, D. Quixote. Atuou também
como crítico de arte, sendo seu trabalho mais conhecido o ensaio "O Nacionalismo na
Arte", publicado em 1919.
Voltou mais tarde a Cachoeiro de Itapemirim, onde dirigiu o jornal "O
Progresso".
Fontes:
Cachoeiro de Itapemirim, Edição Histórica, 1976. Rocha, Levy. Os Vieira da Cunha e o
jornal O Martello. Brasília, set 1969. |
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