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Agricultura Capixaba
Os pesquisadores de nossa história têm observado que, a despeito dos esforços de
diversos órgãos específicos de fomento agrícola, a agricultura capixaba, ao longo dos
tempos, não tem sido muito produtiva. Historicamente, a agricultura local obedeceu
a um ciclo predatório: nas partes mais acidentadas (todos os municípios interioranos e
parte dos litorâneos) há pequenas várzeas entre morros de 50 a 200 metros de altura,
geralmente afloramentos rochosos, tendo, raramente, solo cultivável.
O agricultor usa
inicialmente, com agro-pastoreio, as partes baixas e só mais tarde cultiva as encostas
que possibilitam tratos agrícolas em prazo relativamente curto. Logo tais encostas se
tornam inaptas para culturas e são transformadas em pastos. As várzeas continuam a ser
lavradas para lavouras de subsistência até que, verificada a erosão do solo, chegam a
uma aparente esterilidade, sendo abandonadas. As terras se desvalorizam, permitindo sua
compra por outros interessados, geralmente lavradores vizinhos, que aumentam, desta
maneira, o tamanho das propriedades usadas somente para gado leiteiro e de corte.
Tal processo evolutivo se observou ao longo de toda a história agrária do Estado.
No período colonial a
agricultura capixaba se limitava ao cultivo da cana-de-açúcar e da mandioca e a lavouras
de subsistência. A introdução da cafeicultura no século XIX levou à abertura de
extensas áreas virgens no sul e no centro do Estado e, posteriormente, na região norte,
passando o café, por mais de cem anos, a ser a principal cultura. A cultura do
cacau foi introduzida, durante o governo Bernardino Monteiro, no baixo rio Doce,
município de Linhares (1918-1922), dada a semelhança da região com a de
Ilhéus/Itabuna, na Bahia.
Atualmente a maioria das
propriedades agrícolas do Estado é individual ou familiar, sendo de notar o incremento
da produção do café conillon. Foram introduzidas novas culturas hortifrutigrangeiras,
pimenta-do-reino e seringueira. |
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