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Cerâmica
Popular de São Mateus A
produção ceramista no Espírito Santo tem um caráter estritamente utilitário e não
figurativo (com exceção das peças de presépio em Alegre). Mesmo apresentando
pequenas diferenças regionais, técnica e formalmente, a produção se assemelha.
Em São Mateus, predomina a simplicidade e rusticidade das peças, seja no acabamento,
seja na sua construção, se considerarmos que não são pintados ou esmaltados após a
queima do "biscoito", o que revela a ausência de intensões estéticas. A produção de cerâmica dessa região se restringe a panelas, potes, moringas e vasos. As peças são elaboradas sem moldes, e sem atingir escala serial, embora os seus autores sigam padrões tradicionais, o que lhes dá características semelhantes. Diferentemente das paneleiras de Goiabeiras, em Vitória, que queimam as peças em fogo descoberto ( à maneira indígena), as dos ceramistas de São Mateus são queimadas em forno fechado, processo de origem portuguesa. Esses fornos são construídos pelos próprios artesãos, em suas casas, e, muitas vezes, são utilizados também para outras atividades domésticas. A argila, matéria prima básica para a confecção dos objetos é abundante na região, retirada do rio São Mateus ou do Vale do Cricaré. Alguns artesãos ceramistas obteveram relativos destaques nessa atividade, em São Mateus: Jacinta Maria de Jesus, Clemente Lisboa da Silva, Antonia Alves dos Santos, entre outros . Jacinta Maria de Jesus e Clemente Lisboa da Silva nasceram respectivamente em 1929 e 1926, em Minas Gerais. Depois de casados mudaram-se para o Espírito Santo. Jacinta Maria aprendeu a técnica do preparo do barro e da confecção das peças de cerâmica com uma tia, quando era ainda adolescente. Mais tarde passa a se dedicar à atividade de ceramista como ocupação e fonte de renda. ![]() |
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