Cerâmica Popular de São Mateus

          Clemente aprendeu a arte de fazer vasilhas de barro com a esposa. Trabalharam vários anos juntos, mas depois de separar-se de Jacinta muda-se para Linhares, e parece Ter interrompido a produção de cerâmica utilitária. Nos últimos anos, Jacinta não retira mais a matéria prima dos rios. Ela lhe é fornecida por uma olaria e guardada em sacos plásticos para não ressecar.
          O processo de fabricação manual começa com uma bola de argila, que é bem batida sobre uma tábua e aberta com os dedos, com o sabugo e a "cuiteva", espécie de cuia. A peça vai sendo moldada, pacientemente, com o auxílio de água. Após inteiramente moldada, a vasilha é raspada com o sabugo e polida ou alisada com a "cuiteva". Os objetos são depois secos à sombra e queimados em quantidade suficiente ao enchimento do forno. Não recebem pintura.  O comércio é feito na feira, na perifería de São Mateus, mas a produção da artesã é muito pequena, o que lhe oferece poucas condições de sobrevivência.
          Antonia Alves dos Santos nasceu no município de Jequié, Bahia, em 1920.  Em 1951 transfere-se para Nanuque e de lá para Montanha. Chega a São Mateus em 1964, passando a residir na Rua Coronel Mateus Cunha, 253.  Nesta última cidade passa a se dedicar à confecção de panelas, atividade familiar aprendida com a mãe Justina Maria da Conceição, aos 10 anos de idade.  A técnica utilizada por ela é também bastante rudimentar e semelhante à de outros artesãos: toda a peça é moldada com as mãos, molhada e raspada com o sabugo e depois alisada com uma pedra ou seixo de rio. É depois seca à sombra e vai ao forno para queimar, em conjunto com outras peças.
continua...

anterior

próxima

início