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Brasis
Quando
os portugueses chegaram, em 1535, ao Espírito Santo, havia no território inúmeras
tribos de índios ou brasis, como soem ser chamados atualmente. Pertenciam a três
grupos lingüísticos: os puris, os tupis e os botocudos (tapuias).
Viviam eles em sistema tribal, da
caça, pesca e catança, ou seja, uma estrutura econômica do pequeno extrativismo e pouca
agricultura (algumas "capixabas", isto é, pequenas roças, que daria, no
futuro, nome aos habitantes da terra). Sua liderança era guerreira. Eram hábeis
artesãos, fazendo objetos utilitários para o lar, transporte, música e guerra.
Tentaram defender suas terras, mas a superioridade de armas dos lusitanos os
sobrepujou. No entanto, ao norte da capitania os botocudos resistiriam nos próximos
trezentos anos, só se aculturando ou sendo extintos no Estado no começo deste século.
Todavia permanecem no vizinho Estado de Minas Gerais, onde têm área demarcada.
Grosso modo, no litoral da Bahia ao
Rio de Janeiro havia tribos tupis: temiminós, goitacazes e tupiniquins. A oeste estavam
os puris, catequizados no século XIX, no aldeamento Afonsino, hoje Conceição do
Castelo. A noroeste ficavam os temidos aimorés ou botocudos.
Devemos assinalar a grande
importância que, nos primórdios da colonização portuguesa, tiveram os brasis,
facilitando a adaptação dos lusitanos aos trópicos: deram-lhes seus produtos e
técnicas como a de fazer farinha de mandioca, alimento indispensável à época.
Ajudaram-nos a construir suas casas e templos, assim como a abrir os lotes coloniais para
os imigrantes europeus. Foram também a força auxiliar na defesa das costas contra outros
invasores não portugueses. Atualmente, sob supervisão da Funai, em Aracruz, ao
norte do Estado, há duas reservas para tupiniquins e guaranis. |
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