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A
Pintura Essa
pintura sincopada, que não descarta certa analogia com a música ou com determinadas
praxes impressionistas, seja pelas cores, seja pela fragmentação e persistência do
resíduo figural, propõe o envolvimento do fruidor, induzindo-o a reconstituir um
percurso visual, a partir dos títulos que o autor atribui a muitas composições, como:
"Germinação", "Helicônia", "Mangue Perdido",
"Floresta Azul", "Guaratiba", etc. Árvores e flores foram seus temas
mais frequentes. Na verdade, Burle Marx nunca se fixou em movimentos ou escolas artísticas. Seu espírito meticuloso e devotado à pesquisa - que levou sempre às últimas consequências - , permitiu-lhe trafegar por todas as vertentes, sem assumir compromisso com nenhuma. Concebia a arte como um sistema de formas, cores e ritmos, entes que eram amalgamados em composições, às vezes límpidas e de fácil circulação do olhar, outras vezes, parecia criar armadilhas, lançando num mesmo campo plástico um emaranhado de formas e ritmos que se tornam confusos e de difícil digressão. |
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